Memoria Catuense

A despedida de Antonio de Deus Seixas


A madrugada do dia 02 de novembro de 1995 transcorria normalmente na residência da família Seixas quando, repentinamente, o patriarca passa a externar sinais de grande desconforto.
A zelosa companheira acomoda-o no leito da melhor maneira possível, desperta a auxiliar do lar rogando para que buscasse auxilio da sempre solidária vizinha Dete e passa a providenciar socorro médico. Instantes após, o dedicado facultativo Raimundo Almir chegava ao local e adotava procedimentos de urgência, para, em seguida, levar ao conhecimento de todos uma noticia que ninguém espera ouvir. O Patriarca  acabava de ser chamado para o reino da Gloria de Deus. O padre Gilson, presente naquele momento delicado, iniciou de logo as suas orações, para que fosse estabelecida uma sintonia vibratória entre o altíssimo, aquele que partia e os presentes inconformados.

Imediatamente comunicados do infausto acontecimento, os prestimosos Jaime Accioli, Capelinha e Dudu entraram em campo para ajudar nos preparativos das cerimônias fúnebres daquele que era um amante incondicional daquela terra onde nasceu, viveu toda a sua vida e da qual naquele momento se despedia.

Quando o dia amanheceu, a noticia se espraiou pelos quatros cantos da cidade, mormente no cemitério local e na igreja matriz, onde centenas de pessoas homenageavam entres queridos já falecidos, no dia destinado a esse tipo de homenagem.

A casa da família logo passou a ser visitada por todos, dos mais humildes cidadãos até as autoridades mais representativas. Funcionários públicos municipais que tinham trabalhado sob sua batuta nas duas administrações em que comandou os destinos do Município, ex – funcionários da saudosa Meridional, antigos correligionários políticos, funcionários da antiga fazenda Modelo que o tiveram como Procurador durante algumas décadas, ex-colaboradores pessoais, afilhados, compadres, comadres irmão maçons, políticos de ideologias diversas, profissionais liberais e outras pessoas não conhecidas revezavam em frente ao esquife em atitude de estupação diante da morte daquele que, pelo conhecimento que dispunha da história do Município, nas suas diversas épocas, parecia ser um imortal.

E assim contando ainda com a presença das estimadas comadres Ainda e Martina, respectivamente viúvas dos “irmãos” Wilton e Pedrinho, do atencioso cunhado Antonio Diamantino, de familiares do ex coletor Federal Augusto Tenório, da viúva do fiel amigo Freire, das expressivas representações de Salvador, Alagoinhas, Ipiaú e Pojuca, dos seus filhos, netos, genros, nora e de inúmeros amigos. O dia foi passando com um ambiente perceptivelmente purificado pelas fervorosas preces da inconsolável matriarca e de todos os presentes, até que chegou o momento que sempre causa maior consternação nesse tipo de cerimônia, que é o do lacre da urna funerária. Nelson Bahia, Antonio pena e outros iniciaram esta etapa dolorosa, que foi concluída com as significativas palavras, de muita força moral, proferidas por Irineu Trinchão, pai da sua querida nora.
O cortejo deixava o lar enlutado e encontrava na rua, sob o olhar piedoso e emocionado da Senhora Santana. O céu com um azul anil indescritível: a lua em quarto crescente já
Perfeitamente visível e uma suave brisa que soprava balsamizando o coração de todos e balançando as folhagens das centenárias palmeiras que por certo testemunharam muitas das aventuras românticas daquele que estava sendo conduzindo para a sua ultima morada. No  prédio da antiga Prefeitura, portas e janelas abertas, bandeiras a meio pau simbolizavam o respeito a admiração que as autoridades municipais possuem por aquele que, naquele momento, era alvo das atenções de todos. Quando se aproximava a igreja matriz, todo o grupo, uníssono, como se um ensaio prévio tivesse sido realizado, entoou um cântico de muita fé, através do qual éramos exortados a segurar nas mãos do Criador, momento em que sentir no meu intimo, uma força interior nova que me devolveu a plena consciência que tenho no sentido de que a separação com aquele que se ia era apenas momentânea, vez que, em breve, iríamos nos encontrar nas esferas superiores.

Na igreja o cortejo entrou tendo à frente, segurando no caixão, a sua dileta companheira, que renunciou à vida calma da região ribeirinha do “Velho Chico” para viver quarenta e cinco anos ao seu lado. Já na nave principal, o trecho do Evangelho que foi lido remetia-nos à fé que devemos ter de volta a viver  após a morte. Em seguida, ouvimos silenciosa a homilia do Diácono Lourival. Que, com o tom de voz que lhe é peculiar, imprimiu-nos uma convicção ainda maior de que estávamos sendo ouvidos e assistidos pelos Ministros do Pai celestial.

Retomado o cortejo, com o caixão encoberto a bandeira de Catu, sua pátria maior nesta vida, atigimos o longo do cemitério, onde, em postura reverencial, atenciosa acima de tudo prestativa, Julival Sá controlava o transito de veículos, como costuma fazer em ocasiões semelhantes. Chegando ao cemitério, o caixão foi cuidadosamente colocado no local por ele já antes escolhido, contando com os retoques finais de Zé Carlos e Alberto Batista. Quando o coveiro preparava-se para aplicar a massa, eis que surge a palavra firme e de grande envergadura moral de Hildebrando, amigo alagoinhense com quem mantinha uma sólida amizade há mais de trinta anos.
Seguiaram-se os pronunciamentos emocionados de Antonio pena, que qualificou o homenageado como “o amigo das horas incertas”; do policial reformado José Pereira, que, singelamente, procurou enfatizar a gratidão que a briosa policia militar tinha pelo pranteado, devido ao tratamento recebido nas gestões do mesmo à frente da Municipalidade, tendo esta etapa sido concluída com as palavras embargadas de Genésio. Colocada a pedra, os circunstantes vagarosamente retiravam-se do local, levando cada um, consigo mesmo, as mais profundas impressões deixadas por aquele ato de fé e de piedade cristã. Entre outros, arrisco-me a dizer que a liça de vida deixada pelo homenageado, a lição de solidariedade de todos e a lição inerente à fé cristã demonstrada, forma os temas que demandaram maiores reflexões por parte daqueles que compareceram e entenderam o significado daquelas homenagens.

E assim, espero ter cumprido a missão que entendi ser minha, como filho de Antonio de Deus Seixas, de escrever, bem ao seu estilo literário, o ultimo capitulo da história deste homem simples, pacifico, honesto, humano e altruísta, que entre nós foi o protagonista de uma autêntica revolução silenciosa deixando-nos o exemplo de uma conduta ilibada para ser meditada  e assimilada na medida da compreensão e doe stagio evolutivo de cada um pela gerações do presente e do futuro.

Ass. João Bosco de Oliveira Seixas
       
Quem foi ANTONIO SEIXAS

 Dia 08 de abril de 1910 nascia Antônio de Deus Seixas.
Como todo menino catuense da sua época, viveu a sua infância de maneira bastante simples.

Como dizia, costumava brincar puxando um “dog” (peça de aço que fixava os trilhos da via férrea), vivendo a fantasia de quem puxava o carro do progresso que mais tarde haveria de vir.
Aos dez anos, certamente quando atingiu a altura de um balcão, deixou as brincadeiras e assumiu o seu lugar na mercearia do seu pai, Pedro Seixas.
No comércio, inicialmente na ladeira de pedra, passou grande parte da sua vida.

Interagiu com fregueses que lhe transmitiram todo o folclore e o imaginário do povo catuense.
Teve oportunidade também de conhecer os mascates e caixeiros viajantes que lhe ajudavam a ter uma idéia do que acontecia em outras plagas.
Após completar o curso primário, passou a estudar o que achava interessante para o seu desenvolvimento.

Trocou impressões e experiências com os veranistas que vinham a Catu periodicamente.
Achou que tinha, também, uma missão de ajudar no progresso da sua terra.  
Entrou para a política, tornou-se Vereador e Prefeito, enquanto tocava os seus negócios.
Negociou com tecidos, secos e molhados, ferragens e móveis e eletrodomésticos.

Em determinados momentos foi levado a topar empreendimentos inovadores, como a campanha que popularizou em Catu o fogão a gás, através de uma parceria que fez com a Brasilgás.
Levado por ventos inovadores, transformou a saudosa “Meridional” dos secos e molhados convivendo com materiais de construção e ferragens em supermercado, transferindo a parte comandada por Leal para um outro local.

Ass. João Bosco de Oliveira Seixas
 
UMA PERDA NA SOCIEDADE CATUENSE

Referindo-me, hoje, ao passamento do Dr. Antonio Carlos Góes que consternou e repercutiu nos quadrantes do município...

Ao escrever estas linhas, sinto meus olhos marejarem, minha idade não mais resiste a emoções desse teor, vem à tona a razão ou o principio que as originaram com suas reações por todos conhecidas. Mas, o desejo incontido de manifestar dito sentimento, que, por sua magnitude, atingiu não somente seus familiares como os amigos, que sempre lhe devotaram amizade e apreço.

Não fogem de nossa memória os traços característicos do extinto: cidadão carismático, médico humanitário, competência comprovada, querido da gente do seu nível social, igualmente dos desamparados da sorte que ele os tratava com respeito e humanidade.
Nasceu nesta cidade de Catu, e, aqui, permaneceu por toda sua existência, exceto o período que se dedicou aos estudos na Faculdade de Medicina da Bahia que lhe ortogou o honroso diploma de médico.

Pertencia ao clã dos Góes. – Os Góes  que vieram de Portugal e estenderam suas raízes ate nossas plagas, que ate hoje despontam rebentos...

Já lhe pesava a vida de solteiro. Após curto período de arrulhos, como um premio de amor, contraiu núpcias com a Srta. Vânia Teófilo Góes, de cuja união lhe nasceu um menino aureolado de esperanças que lhe deram o nome de Cássio.

Na área de medicina, em tempos distintos, prestou serviços profissionalizantes aos Postos Estaduais de Saúde de Pojuca e Catu, tendo ocupado a diretoria deste ultimo. Serviu na Reflora, mas seu ponto alto foi na Ameca, como um dos seus fundadores e na Ferbasa, trabalhando em ambos até seu penúltimo dia de vida.

Por motivo de implicações, não gostava de política partidária municipal, não consentiria que seu nome fosse cogitado para disputar eleições. Detestava confrontos onde não se respeitava siquer a honra alheia. Mas ante insistentes apelos de amigos – aquiesceu!... a vitoria lhe sorria...

Como sempre, uma grei política aqui instalada e recalcitrante, posicionou-se contra, anunciando retaliações contra o grupo que lhe apoiava. Antes mesmo da convenção que fatalmente apoiaria seu nome para Prefeito. Depois de suas reflexões – optou pela desistência – Não se poria ao nível dos seus contendores, dizia...

E o tempo foi passando célere... Com ele os domingos, datas cívicas e religiosas, o labor diário que consome boa parte de nossa existência, e, nesse envolvimento, a vida que se esperava mais extenso, de repente – estiolou-se precocemente!...

Assim, numa manhã fria de 17 de agosto de 1995 na “Casa-Grande” da Fazenda Boi-Peba (“sua vivenda”, a estrela deslocou-se de sua constelação e foi brilhar noutros mundos por nós desconhecidos...

- Que Deus se apiede de sua alma e lhe conceda um lugar de descanso nas “suas muitas moradas” como anunciou o Cristo numa das suas magnificentes pregações.

Pesquisa Tiago AmorimCarta do Ex Prefeito Antonio de Deus Seixas
Escrita em 1995


Rompi minha crônica: Antonio de Deus Seixas.


Há no decurso de nossa vida, instantes, que somos acometidos de um alheiamento que nos deixa perplexos, quando afastada a apatia que, neste estado, nos envolve.

Às vezes, em tais circunstâncias, nosso eu inferior escapa do crivo que lhe impõe o inconsciente e nos leva a praticar atos que normalmente não o faríamos.

Assim, num desses momentos de impulsão – rompi minha crônica, a melhor que produzi nos arroubos de minha remota juventude. Nela derramei toda misticidade havida na minha alma que, impregnada de sonhos e anelos, incitou-me a acreditar em coisas fantasiosas como se fossem reais. Dessa forma, perdi uma preciosa fatia do meu pequeno acervo cultural, que muito falava dos meus primeiros contatos com a vida, como sendo um paraíso...

Segundo os entendidos em literatura, a crônica, em tempos bem distanciados , tivera menos uso como forma de expressão sentimental. Era empregada, quase sempre, como relatos ocorridos no dia-a-dia de uma comunidade. Havia, entretanto, honrosas exceções de tal conceito. Primorosos trabalhos, desse gênero, foram produzidos pelo maior purista de nossa língua – Machado de Assis – e outros luminares da mesma linhagem.

Renomados escritores primam por esse gênero (crônica), como Raquel de Queiroz. Fernando Sabino. Carlos Drummond de Andrade. Paulo Mendes. Manoel Bandeira. João dos Rios e outros.

Massaud Moises em um dos seus bons livros didáticos “A criação literária” no capitulo que se refere largamente sobre o assunto em tela diz: “A crônica para nós, hoje, na maioria das vezes, é prosa poemática, humor lírico, fantasia, etc.

Codes Ribas e Roberto Miranda em “Técnicas de Redação” relatam: “A crônica as vezes se aproxima do conto, outras vezes da poesia.

Assim, à sombra desse pressuposto, em escala infinitamente inferior, costumo registrar as imagens que desfilam, por vezes, ante minha imaginação que se me afiguram, ora, como coisas abstratas, ora, concretas.

Obra: Antonio de Deus Seixas

Dos seus pares que cantavam em liberdade sobre as palmas de coqueiros gigantes

Dos seus pares que cantavam em liberdade sobre as palmas de coqueiros gigantes, que também serviam de pouso para urubus centenários que, pela manhã, abriam as asas para receber o aquecimento do sol nascente.
Havia no extremo da rua uma casa maior que as outras, onde morava D. Rosa, conhecida como “D. Rosa do Correio”, ali era instalada precariamente, a agência dos Correios, local. Viam-se na sala principal uma mesa tosca, uma balança de duas conchas, carimbos e outros pertences necessários ao andamento do serviço postal. Um monte de correspondência sobre a mesa, já amarelada pela ação do tempo, como cartas, almanaques, propagandas de remédios, jornais e revistas que nunca foram despachadas, pois a entrega era pessoal. Hoje a distribuição é feita através de carteiros.
Curiosamente, via-se presa à parede uma gaiola portando um papagaio bem falante, que, a aproximação de pessoas, anunciava: Rosa! Rosa!... e a velha, trôpega, carregada de mau humor, atendia ao usuário – “ já esquentada”, vez que, não dispensavam uma  “pinga” que  a ajudava a suportar os revezes da vida que levava...
Hoje a realidade é outra – Não há mais poesia e amenidades no local – seus moradores são operários de Empresas, outros aposentados pela Petrobrás, bem remunerados, com mentalidade aberta para o novo tempo.
O córrego que dava alegria à garotada fora sacrificado em nome do progresso, sua vertente fora sufocada pela pavimentação a paralelepípedos. D. Rosa do Correio envelheceu e fora aposentada com mísero provento. Amargurada, mudou-se para onde pudesse viver em paz  com seu papagaio de estimação e longe de conhecidos. As casinhas foram substituídas por outras de melhor porte.
Construíram dois prédios de 1º e 2º pisos, como o de Chico de Pulquerio – que adora aquele chão. A luz elétrica substitui a luz mortiça dos lampiões a querosene. Gastão Carroceiro e seus companheiros do “bate-papo” após curtirem uma vida longa, foram chamados a Eternidade, mas, a comunidade ganhou novos personagens...
Em lindas noites de luar que branquejava os velhos telhados da rua “sinuosa e estreita”, em meio ao silêncio reinante ouviam-se as vozes melodiosas dos famosos seresteiros – Anísio Galo e Anphilofio Borges, acompanhadas de leve soar das cordas mágicas do violão de “seu” Canuto que enlevava e fazia despertar graciosas moçoilas ávidas de amor e vida-plena...
É edificante rememorar as coisas havidas no passado, atinentes à nossa terra e que possam ser repassadas a outrem – evitando se diluírem na voragem do tempo.
Poema de autoria do Saudoso Antonio de Deus Seixas

Biografia da Professora Ana Maria Pinto de Souza

Ana Maria Pinto de Souza, nascida na cidade de Catu, em 24 de janeiro de 1938, filha de Antonio da Luz Pinto e Antonieta dos Santos Pinto.
Cursou nesta cidade, na Escola Dr. Inocêncio Góes, o curso primário, indo mais tarde para a cidade de Santo Antonio de Jesus, onde fez o ginásio e curso de professora. Aprovada em concurso público, foi nomeada para exercer a função de professora da Escola Ana Bittencourt, hoje, Colégio Pedro Ribeiro Pessoa.Por indicação da saudosa professora Maria Claret da Matta, foi nomeada Diretora da Escola Dr. Inocêncio Góes durante dez anos e em seguida, nomeada delegada escolar, foi, Coordenadora Estadual de Educação.Aposentada continua em atividade a frente da Escola Nossa Senhora de Fátima (particular). Formada em Pedagogia com Habilitação em Orientação Educacional e Administração Escolar pela Universidade Católica de Salvador.

Tiago Amorim, 
com informações internas
da Professora Eliete Soares
 
Biografia da Professora Maria Claret da Mata

Maria Claret da Mata, filha do Sr. José Alberto da Mata e da Srª. Adélia Ferreira da Mata. Cursou o primário na Escola Dr. Inocêncio Góes, nesta cidade. Diplomou-se em professora pela antiga Escola Normal da Bahia e iniciou sua carreira de magistério na Escola Dr. Inocêncio Góes, sendo nomeada através de concurso.

Exerceu os cargos de diretora da Escola Dr. Inocêncio Góes e de primeira Delegada Escolar do Município de Catu, acumulando as duas funções, recebendo apenas uma gratificação. Foi responsável pelo ensino supletivo do curso de alfabetização para adultos, neste município na época em que o Prof. Clemente Mariani foi Ministro da Educação. Foi Presidente da Legião Brasileira de Assistência por indicação do Prefeito Elias Medeiros, prestando assistência às famílias dos pracinhas catuenses que lutavam nos campos da Itália.

Por 12 anos trabalhou na Biblioteca Escolar Cônego Diamantino  e da Ex-escola Ana Bittencourt, após ter feito o curso intensivo de biblioteconomia, ministrado pela Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal da Bahia.

Exerceu também a função de fiscal do Curso de Pedagogia do Ginásio Monsenhor Barbosa, na cidade de Mata de São João, cargo que exerceu acumulando com o de bibliotecária, nesta cidade, percebendo apenas um salário.

Participou de três cursos intensivos de catequese do 2º Grau, promovidos pela Arquidiocese de Salvador nos Colégios Salete, Mercês e Centro de Treinamento de Itaparica, ministrando aulas de catecismo nas escolas públicas locais, particulares e na Paróquia Senhora Santana do Catu.

Faleceu em 25 de setembro de 1997, nesta cidade.

Tiago Amorim, 
com informações internas
da Professora Eliete Soares
 
Biografia da Professora Helena de Araújo Lima

Helena de Araújo Lima, filha do Sr. José Cupertino de Araújo Lima e da Srª. Maria Alexandrina Silva, nascida em 20/03/1914 na cidade de Catu-Bahia.

Cursou o primário na Escola de D. Nenê, hoje, Escola Isabel de Melo Góes. Diplomou-se professora em Salvador nos Perdões, sendo nomeada para a Escola Dr. Inocêncio Góes, onde exerceu o cargo de Diretora. Dedicou sua vida a educação e a igreja. Sendo muito religiosa, foi catequista.

Faleceu em 20 de junho de 1986 deixando uma lacuna muito grande, sendo homenageada pós-morte tendo seu nome colocado em uma escola municipal, nesta cidade.

Tiago Amorim, 
com informações internas
da Professora Eliete Soares

Biografia do Dr. Inocêncio Marque de Araújo Góes

Dr. Inocêncio Marque de Araújo Góes Júnior, nascido a 7 de outubro de 1839, em Santo Amaro, Estado da Bahia. Filho de Inocêncio Marques de Araújo Góes - Barão de Araújo Góes e Maria Francisca Calmon Du Pin Abreu e Góis. Neto do Coronel Inocêncio Marques de Araújo Góes. casou-se com D. Maria Constância da Cunha Góes, porém não tive filhos. Figura ilustre na alta sociedade baiana, nos meios políticos, jurídicos e sociais.

Formado em Direito em 1861 pela Faculdade de Recife e São Paulo. Soube marcar sua vida pública com grandes exemplos de integridade e coragem, na defesa, sobretudo dos interesses da Bahia. Foi Deputado junto a Câmara Geral, do Império de 1872 a 1877, de 1885 a 1889 Presidente da Província de Pernambuco. Foi Juiz de Abrantes e Mata de São João.

Não aderiu ao Partido Republicano, conservando-se na Monarquia. Ao ter se afastado da política, dedicou-se a advocacia.

Faleceu em 3 de abril de 1897 na capital baiana.

Em 11 de dezembro de 1927, sendo na época Governador do Estado, Dr. Góes Calmon e como Prefeito Municipal Oscar Pereira de Souza foi inaugurou o Grupo Escolar Dr. Inocêncio Góes, homenageando a este ilustre brasileiro.

Fonte: Livro Serões do Campo – Vol. 2
Autora: Ana Ribeiro de Araújo Góes Bittencourt

 Quem foi o  todo poderoso BARÃO DE SÃO MIGUEL

O barão de SÃO MIGUEL foi Paulino de Araújo Góis, major da Guarda Nacional.

Paulino de Araújo Góis - agraciado com o título ( Dec 10.08.1888 ) de Barão de São Miguel. Membro de importante e tradicional família de origem portuguesa, estabelecida na Bahia. Nasceu em 22.09.1840 em Catu-BA e lá também faleceu a 18.02.1932. Casado a primeira vez, a 22.10.1859, com sua prima Joana Delfina de Araújo Góis, nascida em Catu e falecida a 02.04.1869, antes portanto da concessão do título ao marido.Casou-se pela segunda vez com sua prima Carolina dos Reis de Araújo Góis, nascida a 29.07.1860 em Catu-BA e lá também: falecida em 05.11.1936, Baronesa de S. Miguel.

Tiago Amorim, 
pesquisa Câmara Municipal de Catu

 Poetas da terra que não podem ser esquecidos


Dalmiro Ribeiro Pessoa

Reencarnei aos 18 dias do mês de setembro do ano de 1940, no aprazível município de Catu, filho de Astério Ribeiro Pessoa e Zelice Ribeiro Pessoa, vivendo um bom período da minha infância no bucólico distrito de Sitio Novo, transferindo-me na década de 50 para a capital do estado com o propósito de militar nos melhores colégios, dos quais não conseguir êxitos por negligencia própria, adquirir alguns diplomas na Universidade da vida. Desta é que adquirimos valores que outros aprendizados não nos proporcionam, regressando na década de 60 ao município de Catu, enveredei-me na política, eleito para representar o povo na Câmara municipal, no período de 1976 a 1982. Como artista plástico concorri em 1972 a um festival de artes plásticas, realizado nesta cidade, obtendo o 2º lugar; com a tela intitulada “Índios Bolivianos na travessia do lago Titicaca”. Como escritor o meu fraco é as crônicas, contos e poesias. Participei das antologias Poetas da Terra – Volume 1 e 2.
Agradesço a Deus por ter reencarnado, numa matéria que aos 6 anos de idade ficou deficiente, conscientizando-m por tudo o que tenho sofrido, pois a dor é aguilhão que nos impulsiona para mais perto de Deus.

Lycia Maria Leal Ferreira

Lycia Maria Leal Ulm Ferreira, nascida em Salvador – Bahia, em uma manhã de mês da primavera, setembro dia 6, filha de Ariovaldo Honório Ulm da Silva e Profª. Ilda Leal Ulm da Silva, pais abnegados e maravilhosos “os melhores do mundo”.
Ama os amigos, a família, a cidade de Catu “que adotou”, a natureza, o sol praia, céus, flores crianças e a humanidade em geral. É espiritualista trabalhando no Centro Espírita Caminho da Verdade desde 1971, onde ensina evangelho às crianças.
Desde a mais tenra idade faz poesias e acha mesmo que já nasceu fazendo versos...
Lembra de poesias que fazia aos seis anos. Tem poesias publicadas em varias coletâneas e jornais. Poetisa internacional participando de uma coletânea nos Estados Unidos, Editora da Universidade do Colorado e uma Biografia; poesia vestida para o inglês e publicada na Coréia em 1989; “poetas mundiais” (1990), e varias inéditas entre as quais está escrevendo “poemas do evangelho”.
Professora de Francês pela faculdade Federal da Bahia, e no fórum da comarca de Catu exerce as funções de Oficial do Registro de Imóveis, títulos e documentos.

Biografia de Manoel Gregório de Freitas

Manoel Gregório de Freitas nasceu em Catu (BA) no dia 23 de dezembro de 1880, filho de Manoel Domingos e Maria Josefa do Amor de Freitas.Casou-se com Rosa Ribeiro de Freitas, residia com a família na fazenda de sua propriedade, denominada varões no município de Catu (BA).
Durante sua vida foi homem de grande prestigio político, honesto e trabalhador, vindo a ser entendente por um determinado período concedido pelas autoridades da época.
Eleito vereador pela União Democrática nacional (UDN) para o 1º mandato de 1948 a 1950, sendo reeleito para o período de 1951 a 1954.
Como cidadão catuense, influente na política local, foi lhe concedido pelo juiz da comarca Dr. Adelino, levar urnas eleitorais e autoriza que a votação se realizar se em sua propriedade rural. Alem disso, o Sr. Juiz dava-lhe plenos poderes para solucionar pequenas causas como: Questões da região, desarmonias familiares as quais resolvia solucionar plenamente. Dotado de grande experiência, dava os primeiros socorros aos necessitados de encanar braços, pernas, tratar tumores, prestando serviços à comunidade.

O patriarca dinâmico foi desanimado, perdendo as forças para lutar e teve que ceder a doença que não lhe poupou até a morte vindo a falecer no dia 28 de agosto em 1960 em sua cidade natal.
Ciente do ocorrido, autoridades e políticos anunciaram em rádio, publicaram em jornais e o prefeito da época decretou feriado e luto na cidade.

Manoel Gregório de Freitas recebeu homenagem póstuma de seus amigos Drº Clemente Mariani, fechando o banco da Bahia em Catu, Juracy Magalhães e outras autoridades que enviaram capelas e muitas delas se fizeram presentes em seu velório, seu corpo foi velado no salão nobre da câmara de vereadores em Catu.

Nos dias atuais sua memória está perpetuada com as seguinte inaugurações:

·    Rua Manoel Gregório de Freitas, no bairro Boa Vista na Cidade de Catu.
·    Gabinete Manoel Gregório de Freitas na Câmara de Vereadores de Catu.
·    Prédio escolar com seu nome na fazenda varões.
·    Consultório de Oncologia Manoel Gregório de Freitas, em Salvador (BA), no hospital Aristides Maltez.


Demonstrando o grande homem de caráter irrepreensível que Catu honrra te-lo como filho.

Os dados acima foram obtidos pelo jornal de circulação nacional e registros histórico.

Tiago Amorim, 
pesquisa Câmara Municipal de Catu

Biografia de Oscar Pereira de Souza


Catuense nascido na localidade de Riachão dos portugueses (hoje Riachão do zezinho), zona rural de Catu, descendente de família de proprietários e produtores rurais. Foi próspero comerciante e também produtor principalmente de fumo produto que ajudou a atrair compradores estrangeiros que se estabeleceram na cidade principalmente os de origem alemã.No comercio Oscar Pereira associou-se a Zezé da Matta, formando grande grupo de distribuidor de alimentos e mantimentos.

Oscar assumiu a prefeitura em dois mandatos sendo considerado um dos maiores prefeitos do município, para o qual atraiu políticos do porte de Góes Calmom, Clemene Mariani, Juracy Magalhães, dentre outros, fortalecendo laços políticos fundamentais para desenvolvimento do município. Sob seu mandato foram construídos: a primeira escola pública, a primeira ponte sobre o rio catu, alêm de muitas escolas rurais. Seu prestígio político era tamanho que mesmo sem ser prefeito o Governador da época confiou-lhe a construção do atual prédio do atual prédio da prefeitura.

Tiago Amorim, 
pesquisa Câmara Municipal de Catu
 
   História da Filarmônica de Catu
A Filarmônica Lira Catuense 26 de junho foi criada em 26 de Junho de 1908, fundada como sociedade cultural sem fins lucrativos, com o objetivo de oferecer cultura, lazer e entretenimento, através da música, aos catuenses. Suas cores são o azul e o branco.

A lira foi fundada pelos músicos João Ferreira (Piston), José Romão (Barítono), José Eremita (bombardino), José Cabloco (Requinta), Luiz Pessoa (Pratos), Losinho (Bombardino), Isaias (bombo), Álvaro (saxofone), José do Calmon (contrabaixo). Epaminondas Ramos, Dilton Campos, Antonio Pau Ferro e João Agapito (clarineta).

A Lira já teve como regentes os Maestros Antão, Torquato, José de Deus Seixas, Xaxá, Antonio da luz Pinto, Miguel Teles, Manoel Jesus (Pitu) e, atualmente regida pelo Maestro Josemar Santos.

O Povo catuense tem grande apreço pela Filarmônica e algumas pessoas acostumavam apelidas o grupo fazendo referências a experiências vivenciadas pelos intregantes. A Lira já recebeu o apelido de “apressadinha”, devido a uma distração de um de seus músicos, o Mestre Flor (que também era Alfaiate). Durante uma apresentação em que deveria parar em frente à Prefeitura, o musico alfaiate continuou andando por mais 50 metros, enquanto o Povo gritava “volta Mestre Flor. Depois de perceber o equivoco, Mestre Flor voltou, sem perder o rebolado e com a mesma desenvoltura colocou se em seu lugar e continuou a marcação correta. Em outra ocasião, a Lira recebeu o apelido de “chorona”, porque durante o funeral de um de seus membros, o Maestro Antonio da Luz Pinto ordenou os músicos em posição para a execução da macha fúnebre e fez o tradicional para iniciar a partitura, mas nada aconteceu, pois os músicos choravam copiosamente e não puderam cumprir as ordens do Maestro.

Até hoje, a Lira Catuense 26 de Junho é presença obrigatória nas festas cívicas locais e participou do Festival de Filarmônicas em 1998, alcançando a 4ª colocação entre todas as Cidades da Região.

Esta instituição vem fazendo também o seu papel social, mantendo a Escola José de Deus Seixas – Mestrinho, onde são atendidas 20 crianças, duas vezes por semana, garantindo assim, a formação de novas gerações de músicos.

Por tudo isso e por hoje estar completando 100 anos, ou seja, um Século de existência é que o Blog Retratos de Catu presta essa Homenagem a todos que fizeram à história da Lira Catuense. Parabéns por tudo.

Tiago Amorim, 
pesquisa Câmara Municipal de Catu